Ex-baixista do lendário grupo Pink Floyd, Waters emocionou fãs cariocas.
Apresentação foi interrompida por pouco mais de dez minutos.
Menino João Hélio foi lembrado em homenagem.
"Não é Roger Waters. É o próprio Pink Floyd ", gritou uma fã após "Shine on you crazy diamond" terminar.Foi nesse clima que o músico inglês se apresentou para 35 mil pessoas em um sambódromo lotado nesta sexta-feira (23), no Rio, com um show marcado tanto pelos clássicos compostos por Waters quanto por um apagão de mais de dez minutos ocorrido perto do final da primeira parte.
O problema técnico, cujo motivo não foi revelado no momento, não tirou o humor de ex-Pink Floyd. Passado o susto, ele brincou: "Vocês cantaram tão alto que o som estourou".
O show foi iniciado pontualmente às 21h30, logo após uma chuva fina dar trégua. Um Roger Waters vestido totalmente de preto subiu ao palco e começou a mostrar faixas como "In the flesh" e "Mother" (ambas de "The wall") e "Wish you were here" até chegar à esperada segunda parte, quando as faixas do álbum "The dark side of the moon", pedra fundamental do rock progressivo, são apresentadas para a platéia. Muitos dos cariocas ficaram extasiados com a oportunidade e a premissa da turnê, que ainda passa neste sábado em São Paulo - os 45 mil ingressos colocados à venda já estão esgotados.
O famoso porco voador, marca visual do disco "Animals" (1977) e um dos elementos cênicos mais esperados, trazia frases como "Bush, não estamos à venda", "Ordem e progresso?", "Medo constrói muralhas", além da referência ao caso do menino João Hélio Vietes, morto no dia 7 de fevereiro. "Hey killers. Leave our kids alone" (Ei assassino. Deixem nossas crianças em paz), frase escolhida em um concurso, era também um jogo com a letra de "Another brick in the wall".
Esta última faixa, quando foi interpretada no bis, ganhou o reforço do coro infantil da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Pensei que esse dia nunca fosse chegar. Tinha tanto medo de morrer e não ver esse dia chegar. Hoje foi um marco para nós que gostamos de rock", disse emocionado Carlos Quirino, de 40 anos, mergulhador e fã de Roger Waters.
Após "Confortably numb", Waters se despede do público, à meia-noite e quinze, quase três horas depois do início do show, e se despede do público. Neste sábado, 45 mil pessoas em São Paulo, no estádio do Morumbi, esperam pela passagem do músico inglês.
Porco levou mensagens que lembraram a morte do menino João Hélio, que foi arrastado por bandidos. (Foto: Marcos D'Paula/ Agência Estado)