quarta-feira, 25 de abril de 2007
Espectro de Axl Rose paira sobre show do Velvet Revolver
Presença de ex-companheiros de Axl não gerou nostalgia em torno do Guns.
Expoente do grunge, Scott Weiland encarnou visual poser.
O ex-Guns N' Roses Slash, guitarrista do Velvet Revolver (Foto: Daigo Oliva/G1)
AC/DC, Ramones, Thin Lizzy, Lynyrd Skynyrd para todos os lados... mas o nome Guns N' Roses não era lá um artigo tão fácil de encontrar entre as camisetas do show do Velvet Revolver, a banda que abriu a apresentação do Aerosmith em São Paulo e que é justamente formada por três ex-companheiros de Axl Rose.
Veja as fotos do show do Velvet Revolver
Slash e Duff McKagan, dois membros plenos da formação clássica do grupo que mudou o hard rock nos anos 1990, além do ex-baterista Matt Sorum, não foram suficientes para que os antigos fãs escancarassem sua nostalgia pelos tempos de "Sweet child o' mine" e "Paradise city".
No entanto a banda conseguiu uma boa recepção do público de 62 mil pessoas que foi ao Estádio do Morumbi primordialmente para ver o Aerosmith. O Velvet Revolver se segurou em faixas de seu disco de estréia, "Contraband", e no desempenho de Scott Weiland à frente do grupo.
Espectro de Axl
O cantor nem de longe lembrava o sisudo e melancólico homem dos primeiros tempos de seu antigo grupo, o grunge Stone Temple Pilots (lembrado no show em "Sex type thing"). Vestido com figurino meio glam, meio poser, com um colete de couro e um lenço colorido amarrado na frente, Weiland dava rodopios e mostrava uma performance enérgica, bem adequada à noite de hard rock, e também com uma sobriedade difícil de acreditar vinda de um homem pego incontáveis vezes com drogas pesadas.
Pairava, sim, o espectro de Axl Rose, principalmente quando o Velvet Revolver recuperou faixas como "Mr. Brownstone". Weiland não tem tanto alcance vocal e os poucos fãs identificáveis do Guns N' Roses no local, embora um tanto quanto conformados, não aceitavam nem sequer comparação com os tempos clássicos da banda quando questionados.
Mas ele fazia um bom papel ao lado de Duff e Slash, que preservavam o jeitão cool dos outros tempos. Apesar de não ter entregado o seu solo mais conhecido, o de "Sweet child o' mine", o guitarrista deu o que era esperado dele, a cartola na cabeça e a pose desleixada, de tocar sem se mostrar preocupado.
"Set me free", "Don't do it for the kids" e a balada autobiográfica "Fall to pieces", sobre o inferno nas drogas de Weiland, funcionaram bem nesse contexto. A apresentação também matou a vontade de quem queria ver os antigos reis do hard rock e, principalmente, permitiu o que cabia à banda: preparar o terreno para a chegada do Aerosmith.
O vocalista Scott Weiland, num visual meio glam, meio poser (Foto)
Aerosmith esquece o hard rock e pega leve no Morumbi
Repertório priorizou baladas açucaradas como "Jaded" e "Cryin".
Velhos sucessos apareceram, mas sofreram com o som e o descaso do público.
Eles são conhecidos como a maior banda de hard rock da América. Mas, em sua apresentação nesta quinta (12) para 62 mil em São Paulo, o Aerosmith pegou leve. Mesmo com espaço para velhos clássicos roqueiros, como “Toys in the attic” e “Walk this way” - que acabaram prejudicados pelo som baixo dos alto-falantes do estádio - o que se viu em boa parte da noite foi um desfile dos hits açucarados que se tornaram a marca registrada do grupo especialmente a partir da década de 1990: “Jaded”, “Cryin”, “I don’t want to miss a thing”...
Espectro de Axl Rose pairou sobre Velvet Revolver
Foi ao show?
O problema é que, por mais que os fãs mais antigos relutem em admitir, este é um Aerosmith que há muito se tornou uma banda de FM, que parece satisfeita em emplacar suas músicas na trilha-sonora de uma superprodução de Hollywood ou no top 10 da MTV. Pelo menos 40 anos mais velho que a média de idade do público que estava lá para assisti-los, Steven Tyler, o carismático frontman do grupo, sabe bem como arrancar suspiros da meninada: sobe ao palco trajando regata e calças brancas justíssimas, corpo esguio mas bem torneado, rebola, abusa das caras e bocas. Mas, diferentemente de Mick Jagger, por exemplo – outro senhor que se transforma em um jovem de 20 quando sobe ao palco -, o vocalista do Aerosmith transmite uma imagem de boa praça. É sexy, mas inofensivo, longe de ser o bad boy que vende a alma ao demônio.
Mas, por trás de toda a atitude performática de Tyler, que corre de lá para cá no palco durante todas as quase duas horas de show, o que mais impressiona ainda é o seu desempenho vocal em faixas como “Dream on” e “Living on the edge”. O sujeito não é lá um Frank Sinatra do rock, claro; sua a voz é rouca, curtida por anos de bebedeiras, mas quando manda os seus gritos característicos - yeaaah! -, Tyler volta a soar como se estivesse ainda no auge de sua juventude, mandando às favas a orientação do médico que um ano atrás o afastara do palco para se recuperar de uma cirurgia na garganta (além da hepatite-C, que recentemente também foi incluída na conta do velho roqueiro).
A bela e a fera
De rosto colado com ele, mas representado um papel diametralmente oposto, o guitarrista Joe Perry oferece o contraponto necessário para Tyler no palco. Dono de riffs e solos poderosos, como os de “Janie’s got a gun”, “Dude (Looks like a lady)” e do próprio “Walk this way”, o senhor de cabelos crespos esvoaçantes projeta-se no palco como um legítimo guitar hero, trocando de instrumento a toda hora, levantando-o para cima e não raro para as costas para delírio do público – ou de parte dele, o do “hard rock”.
Por volta da metade da apresentação, como que para mostrar que a fera também tem vez, Perry assume o microfone e emenda um bloco blueseiro que inclui “Baby, please don’t go” e “Stop messin’ around”, regravações de velhos standards do gênero, que compõem o pouco lembrado álbum “Honkin’ on bobo”, de 2004. A pausa e as longas jam sessions de certa forma atrapalham a dinâmica do show, deixando o público calado à espera do próximo hit, mas Perry, Tom Hamilton (baixo), Brad Whitford (guitarra), Joey Kramer (bateria) e até Tyler, que agarra uma gaita ou um chocalho, parecem se divertir como nunca.
E, como que para não deixar ninguém se esquecer de que o sangue quente ainda corre nas veias da banda, é Perry novamente quem protagoniza um dos momentos mais rock’n’roll do show: ao final da última música antes do bis, ele levanta a guitarra que havia jogado ao chão, pega distância, põe-se a correr e se lança por cima da bateria de Kramer com instrumento e tudo. A turma de 20 e poucos anos lembrou de Kurt Cobain.
Velhos sucessos apareceram, mas sofreram com o som e o descaso do público.
Eles são conhecidos como a maior banda de hard rock da América. Mas, em sua apresentação nesta quinta (12) para 62 mil em São Paulo, o Aerosmith pegou leve. Mesmo com espaço para velhos clássicos roqueiros, como “Toys in the attic” e “Walk this way” - que acabaram prejudicados pelo som baixo dos alto-falantes do estádio - o que se viu em boa parte da noite foi um desfile dos hits açucarados que se tornaram a marca registrada do grupo especialmente a partir da década de 1990: “Jaded”, “Cryin”, “I don’t want to miss a thing”...
Espectro de Axl Rose pairou sobre Velvet Revolver
Foi ao show?
O problema é que, por mais que os fãs mais antigos relutem em admitir, este é um Aerosmith que há muito se tornou uma banda de FM, que parece satisfeita em emplacar suas músicas na trilha-sonora de uma superprodução de Hollywood ou no top 10 da MTV. Pelo menos 40 anos mais velho que a média de idade do público que estava lá para assisti-los, Steven Tyler, o carismático frontman do grupo, sabe bem como arrancar suspiros da meninada: sobe ao palco trajando regata e calças brancas justíssimas, corpo esguio mas bem torneado, rebola, abusa das caras e bocas. Mas, diferentemente de Mick Jagger, por exemplo – outro senhor que se transforma em um jovem de 20 quando sobe ao palco -, o vocalista do Aerosmith transmite uma imagem de boa praça. É sexy, mas inofensivo, longe de ser o bad boy que vende a alma ao demônio.
Mas, por trás de toda a atitude performática de Tyler, que corre de lá para cá no palco durante todas as quase duas horas de show, o que mais impressiona ainda é o seu desempenho vocal em faixas como “Dream on” e “Living on the edge”. O sujeito não é lá um Frank Sinatra do rock, claro; sua a voz é rouca, curtida por anos de bebedeiras, mas quando manda os seus gritos característicos - yeaaah! -, Tyler volta a soar como se estivesse ainda no auge de sua juventude, mandando às favas a orientação do médico que um ano atrás o afastara do palco para se recuperar de uma cirurgia na garganta (além da hepatite-C, que recentemente também foi incluída na conta do velho roqueiro).
A bela e a fera
De rosto colado com ele, mas representado um papel diametralmente oposto, o guitarrista Joe Perry oferece o contraponto necessário para Tyler no palco. Dono de riffs e solos poderosos, como os de “Janie’s got a gun”, “Dude (Looks like a lady)” e do próprio “Walk this way”, o senhor de cabelos crespos esvoaçantes projeta-se no palco como um legítimo guitar hero, trocando de instrumento a toda hora, levantando-o para cima e não raro para as costas para delírio do público – ou de parte dele, o do “hard rock”.
Por volta da metade da apresentação, como que para mostrar que a fera também tem vez, Perry assume o microfone e emenda um bloco blueseiro que inclui “Baby, please don’t go” e “Stop messin’ around”, regravações de velhos standards do gênero, que compõem o pouco lembrado álbum “Honkin’ on bobo”, de 2004. A pausa e as longas jam sessions de certa forma atrapalham a dinâmica do show, deixando o público calado à espera do próximo hit, mas Perry, Tom Hamilton (baixo), Brad Whitford (guitarra), Joey Kramer (bateria) e até Tyler, que agarra uma gaita ou um chocalho, parecem se divertir como nunca.
E, como que para não deixar ninguém se esquecer de que o sangue quente ainda corre nas veias da banda, é Perry novamente quem protagoniza um dos momentos mais rock’n’roll do show: ao final da última música antes do bis, ele levanta a guitarra que havia jogado ao chão, pega distância, põe-se a correr e se lança por cima da bateria de Kramer com instrumento e tudo. A turma de 20 e poucos anos lembrou de Kurt Cobain.
Na Califórnia tem um dos maiores festivais de música do ano
Red Hot Chili Peppers, Björk e Rage Against the Machine são as principais atrações.
Direto do local, cobertura sobre os principais shows e imagens do festival.
Viajar até o meio de um deserto na Califórnia, passar três dias seguidos sob um calor que bate nos 40°, enfrentar uma multidão total de 165 mil pessoas. Parece um sacrifício, mas tudo isso fica relativo quando se dá uma olhada na programação do Coachella Festival, um dos maiores eventos ao vivo de música pop do ano.
Obscuridades que podem ser os sons de amanhã, nomes facilmente reconhecíveis até por quem não é muito ligado em música e retornos inimagináveis de grupos consagrados são os principais traços do evento, que vai ser realizado neste ano a partir desta sexta-feira (27) e vai final de semana adentro.
A maratona terá como um dos principais destaques a volta do engajado grupo Rage Against the Machine, sete anos depois de sua separação. Terá também as megaestrelas do Red Hot Chili Peppers, na turnê de seu mais recente disco, "Stadium arcadium", e a cantora Björk apresentando faixas de seu álbum ainda a ser lançado, "Volta".
E há uma lista gigante de atrações que são referência no cenário musical atual: Arcade Fire, Arctic Monkeys, Air, Amy Winehouse, além do retorno da histórica dupla Jesus and Mary Chain após oito anos, entre um total de 115 atrações nesses três dias. O Brasil está na escalação com o Cansei de Ser Sexy, no último dia. É uma programação tão recheada que fica humanamente impossível de conferir tudo o que rola, e a única opção é escolher entre um e outro nome - o que nem sempre é fácil.
O histórico do festival californiano também dá uma mostra dessas combinações explosivas que ficaram como suas características: já passaram Strokes como banda de abertura em 2002, Madonna como uma surpreendente atração principal do ano passado, quando fez lá um aquecimento para a sua "Confessions tour", como também os retornos memoráveis de Iggy Pop e os Stooges em 2003 e dos Pixies no ano seguinte.
Esgotados
Para se ter uma idéia do Coachella como objeto de desejo para os fãs de música pop, faltando meses para o evento já havia dificuldade para encontrar hospedagem. E já restam poucos de todos os ingressos colocados à venda - os passes promocionais para os três dias, por exemplo, estão esgotados.
O Coachella está localizado em um vale de mesmo nome numa região pertencente à cidade de Indio, com população de pouco mais de 65 mil habitantes (número não muito superior às 55 mil pessoas que fazem a média por dia do festival). A cerca de 200 km de distância de Los Angeles, a região do festival tem entre as cidades mais conhecidas nas cercanias Indian Wells, que sedia um famoso torneio de tênis e Palm Springs, conhecida por receber estrelas do passado como Elvis Presley e Frank Sinatra.
Mas a partir desta sexta-feira e por três dias os olhos do mundo pop se voltam à pequena Indio, para conferir o supra-sumo do gênero nos dias de hoje - e, bem provavelmente, também de amanhã.
Direto do local, cobertura sobre os principais shows e imagens do festival.
Viajar até o meio de um deserto na Califórnia, passar três dias seguidos sob um calor que bate nos 40°, enfrentar uma multidão total de 165 mil pessoas. Parece um sacrifício, mas tudo isso fica relativo quando se dá uma olhada na programação do Coachella Festival, um dos maiores eventos ao vivo de música pop do ano.
Obscuridades que podem ser os sons de amanhã, nomes facilmente reconhecíveis até por quem não é muito ligado em música e retornos inimagináveis de grupos consagrados são os principais traços do evento, que vai ser realizado neste ano a partir desta sexta-feira (27) e vai final de semana adentro.
A maratona terá como um dos principais destaques a volta do engajado grupo Rage Against the Machine, sete anos depois de sua separação. Terá também as megaestrelas do Red Hot Chili Peppers, na turnê de seu mais recente disco, "Stadium arcadium", e a cantora Björk apresentando faixas de seu álbum ainda a ser lançado, "Volta".
E há uma lista gigante de atrações que são referência no cenário musical atual: Arcade Fire, Arctic Monkeys, Air, Amy Winehouse, além do retorno da histórica dupla Jesus and Mary Chain após oito anos, entre um total de 115 atrações nesses três dias. O Brasil está na escalação com o Cansei de Ser Sexy, no último dia. É uma programação tão recheada que fica humanamente impossível de conferir tudo o que rola, e a única opção é escolher entre um e outro nome - o que nem sempre é fácil.
O histórico do festival californiano também dá uma mostra dessas combinações explosivas que ficaram como suas características: já passaram Strokes como banda de abertura em 2002, Madonna como uma surpreendente atração principal do ano passado, quando fez lá um aquecimento para a sua "Confessions tour", como também os retornos memoráveis de Iggy Pop e os Stooges em 2003 e dos Pixies no ano seguinte.
Esgotados
Para se ter uma idéia do Coachella como objeto de desejo para os fãs de música pop, faltando meses para o evento já havia dificuldade para encontrar hospedagem. E já restam poucos de todos os ingressos colocados à venda - os passes promocionais para os três dias, por exemplo, estão esgotados.
O Coachella está localizado em um vale de mesmo nome numa região pertencente à cidade de Indio, com população de pouco mais de 65 mil habitantes (número não muito superior às 55 mil pessoas que fazem a média por dia do festival). A cerca de 200 km de distância de Los Angeles, a região do festival tem entre as cidades mais conhecidas nas cercanias Indian Wells, que sedia um famoso torneio de tênis e Palm Springs, conhecida por receber estrelas do passado como Elvis Presley e Frank Sinatra.
Mas a partir desta sexta-feira e por três dias os olhos do mundo pop se voltam à pequena Indio, para conferir o supra-sumo do gênero nos dias de hoje - e, bem provavelmente, também de amanhã.
Notícias
Lasciva Lula prepara novo clipe
A banda carioca Lasciva Lula está terminando o clipe da música Pra Matar a Fome. O vídeo, rodado em Paquetá, no Jardim Botânico e no centro do Rio, traz a direção de Bernardo Jucá e a participação de Guilherme Winter. A música pode ser baixada no site da banda, pelo link http://www.lascivalula.com.br/musicas/LL_SMC_03.zip.
Better Lucky Next Time na Enemy One Records
A Enemy One Records acaba de assinar contrato com a banda americana Better Lucky Next Time. Em nota, a gravadora apresenta o grupo como “uma das mais promissoras bandas da atual safra americana”. O Better Lucky Next Time está no Top 10 do Myspace entre bandas como New Found Glory e Simple Plan, e terá seu álbum Third Time’s a Charm lançado em breve no Brasil pela Enemy One Records.
Festival de Música Independente prorroga inscrições
Bandas de rock que cantam em português podem se inscrever no Primeiro Festival de Música Independente através do site www.rocknanet.com. As três primeiras bandas ganharam uma gravação ao Vivo em DVD(com encarte, arte e box incluso). As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 30 de abril.
Segundo disco do Arctic Monkeys chega às lojas semana que vem
Favourite Worst Nightmare, segundo álbum dos ingleses do Arctic Monkeys, chega às lojas inglesas no próximo dia 23. Apesar da elogiada produção de James Ford ( que já Klaxons e Simian Moble Disco, por exemplo), o disco tem sido apontado em algumas resenhas como uma continuação do badalado Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, de 2006: bom, mas que acrescenta muito pouco em relação ao trabalho anterior. A EMI brasileira promete o lançamento simultâneo de Favourite Worst Nightmare, no mesmo dia em que o álbum chega ao mercado europeu.
Tarja Turunem pode lançar álbum duplo
A cantora finlandesa Tarja Turunem, ex-vocalista do Nightwish, grava em maio os vocais para seu primeiro trabalho solo, chamado My Winter Storm. Tarja diz que tem pela frente uma tarefa que considera difícil, que é selecionar quais músicas entraram no álbum. Com tantas músicas excelentes dentre as quais posso escolher, isso não será fácil. Talvez podemos considerar a idéia de fazer um álbum duplo”, declarou.
A banda carioca Lasciva Lula está terminando o clipe da música Pra Matar a Fome. O vídeo, rodado em Paquetá, no Jardim Botânico e no centro do Rio, traz a direção de Bernardo Jucá e a participação de Guilherme Winter. A música pode ser baixada no site da banda, pelo link http://www.lascivalula.com.br/musicas/LL_SMC_03.zip.
Better Lucky Next Time na Enemy One Records
A Enemy One Records acaba de assinar contrato com a banda americana Better Lucky Next Time. Em nota, a gravadora apresenta o grupo como “uma das mais promissoras bandas da atual safra americana”. O Better Lucky Next Time está no Top 10 do Myspace entre bandas como New Found Glory e Simple Plan, e terá seu álbum Third Time’s a Charm lançado em breve no Brasil pela Enemy One Records.
Festival de Música Independente prorroga inscrições
Bandas de rock que cantam em português podem se inscrever no Primeiro Festival de Música Independente através do site www.rocknanet.com. As três primeiras bandas ganharam uma gravação ao Vivo em DVD(com encarte, arte e box incluso). As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 30 de abril.
Segundo disco do Arctic Monkeys chega às lojas semana que vem
Favourite Worst Nightmare, segundo álbum dos ingleses do Arctic Monkeys, chega às lojas inglesas no próximo dia 23. Apesar da elogiada produção de James Ford ( que já Klaxons e Simian Moble Disco, por exemplo), o disco tem sido apontado em algumas resenhas como uma continuação do badalado Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, de 2006: bom, mas que acrescenta muito pouco em relação ao trabalho anterior. A EMI brasileira promete o lançamento simultâneo de Favourite Worst Nightmare, no mesmo dia em que o álbum chega ao mercado europeu.
Tarja Turunem pode lançar álbum duplo
A cantora finlandesa Tarja Turunem, ex-vocalista do Nightwish, grava em maio os vocais para seu primeiro trabalho solo, chamado My Winter Storm. Tarja diz que tem pela frente uma tarefa que considera difícil, que é selecionar quais músicas entraram no álbum. Com tantas músicas excelentes dentre as quais posso escolher, isso não será fácil. Talvez podemos considerar a idéia de fazer um álbum duplo”, declarou.
Roger Waters no Rio de Janeiro-2007
Após o que se poderia chamar de reapresentação ao vivo da cena quase inicial do filme The Wall, com as pessoas amontoadas, recebendo jatos d'água, revistas da polícia e quejandos, 35 mil fãs se aglomeraram na praça da Apoteose para assistir o segundo show de Roger Waters no Brasil.
Camisas sendo vendidas a cinqüenta reais, muita gente já tendo trazido de casa sua indumentária de fã. Da banda, obviamente: os momentos mais "solo" de sua apresentação, bem menos extensos desta vez, o público acompanhou em silêncio, mas atento, graças à parafernália audiovisual, que funcionou como um relógio do início de "Time" durante todo o tempo.
Aliás, que telão era aquele no fundo do palco? Os outros pareciam pálidas sombras, ao lado do palco e na torre de controle de som ao meio da praça. Era luz emitida, e não refletida, obviamente - uma gigantesca tevê de alta definição, traduzindo os ápices climáticos das canções em estímulos visuais. À frente do palco, um enorme prisma feito de lasers trazia a óbvia citação à capa do álbum-tema da apresentação. Mas calma, isso foi mais para o final. Vamos de acordo com o set-list.
Abertura com "In The Flesh?", como seria previsível. A primeira parte inteira do show foi uma repassada em pontos-chave da discografia de Waters dentro e fora do Floyd. Fechando a suíte "The Wall", logo em seguida veio "Mother", e depois "Set the Controls for the Heart of the Sun", a primeira música mais expressiva feita pro Waters dentro da banda de Syd Barrett.
Seguiu-se o tributo involuntário a Gilmour, o primeiro pedação da obrigatória "Shine on You Crazy Diamond", bem como o momento de congraçamento via telefonia móvel em "Wish you Were Here" (o que mais se via na platéia nessa hora eram pessoas ligando para quem não pôde ir ao show e tentando repassar um pouquinho da emoção pelo áudio do celular) e a surpreendente "Have a Cigar". O guitarrista teve que solar acompanhado do solfejo clássico de Gilmour em "Wish You Were Here", não houve jeito.
No telão, um antigo rádio de ondas curtas e uma garrafa de Johnnie Walker Red Label (Waters sempre teve bom gosto para bebidas), que retornou em outros momentos do show, além de servir à óbvia função de passar as estações na clássica transição do álbum.
Depois o buraco se instalou mais embaixo - poucos acompanharam o trecho lírico escolhido por Roger para representar o álbum "The Final Cut", "Southampton Dock" e "Fletcher Memorial Home" - com um ótimo clip ao fundo mostrando, em volta de uma figura humana sombria, uma casa vazia cheia de retratos de criaturas como Bush e Bin Laden e pichações de palavras de ordem de Pinochet e Stalin ("a morte soluciona todos os problemas - sem pessoas, sem problemas") nas paredes em ruínas.
Foi o início visível de uma clara tomada de posição de Waters, algo como uma compensação por ele estar agora se entregando a um modelo de performance tão amplamente criticado por si próprio na época de "The Wall": o artista endeusado no palco distante e a massa amorfa e fascinada na platéia. O viés político do show trazia claramente uma proposta de aliciamento para mudanças sociais pacifistas e anti-imperialistas, mostrando como os fins podem justificar, nesse caso, os meios. Podem? Uma coisa é certa, não foi por acaso que Waters deu atenção especial à América Latina nessa turnê.
Um astronauta inflável abria caminho para a música-síntese da carreira solo do baixista do Pink Floyd, a chamada "Perfect Sense", que trouxe uma curiosa evidência do complexo sistema de som que o show trouxe à praça da Apoteose. As torres de alto-falantes no perímetro criaram um sistema "surround" poderoso, que fez com que no refrão da música vozes de multidão surgissem como que do meio da gigantesca platéia, apesar de notoriamente o público carioca não estar familiarizado com essa canção.
O resultado foi uma perplexidade e um entusiasmo induzido como este resenhista nunca havia visto em uma apresentação ao vivo. Essa manobra quase mágica de acústica fez com que o lance seguinte parecesse ter sido previsto: quase ao final da música, o som em um volume tão alto como antes não havia estado durante o show, de repente uma explosão (relacionada com um momento no telão em que um torpedo atinge um estádio) corta a música e as luzes em silêncio. Mais perplexidade.
Roger pediu desculpas e, depois de quinze minutos aproximadamente, o show voltou à carga, dessa vez com um monólogo contando uma história do baixista quando ele tinha 17 anos e foi de carro com um amigo para o Líbano, sendo bem recebido por nativos hospitaleiros. Eis a inferência de Waters, que poderia ser a de qualquer um de nós: são essas pessoas que devemos chamar de inimigos? Quem manipula os conceitos de amizade e inimizade tomando por base territórios (e as riquezas naturais dos territórios), e não pessoas?
A música em questão, "Leaving Beirut" engrenou com uma simulação de história em quadrinhos (magnificamente desenhada, por sinal) no telão. Um recurso engenhoso, pois pelos balões era possível acompanhar, além de comentários, a letra da canção, emblemática e diretamente endereçada a alguém:
"Are these the people that we should bomb / Are we so sure they mean us harm? /Is this our pleasure, punishment or crime / Is this a mountain that we really want to climb / The road is hard, hard and long / Put down that two by four / This man would never turn you from his door
Oh George! Oh George! / That Texas education must have fucked you up when you were very small"
Nada mais apropriado a seguir do que a alimária de Animals se fazer representada por "Sheep", com os balidos quadrafônicos enchendo o ambiente. O já tradicional porco inflável dessa vez contou, na inscrição das palavras de ordem em seu corpo, com o auxílio luxuoso da Flesh Beck Crew, companhia de grafiteiros de elite que já fincou bandeira no circuito de shows carioca (além de incursões no mundo da moda, fizeram a decoração externa dos monumentos do Tim Festival espalhados pela cidade) e causou sensação quando, após passear pela linha de frente da multidão, perdeu as amarras e foi subindo rumo à estratosfera, em meio aos aviões que passavam bem rente ao sambódromo. Quase se cogitou que o próximo número seria "One of These Days", para aproveitar o som do acidente aéreo que se daria com a colisão suína...
Enfim, o intervalo. Como no show do Rush no Rio, uma imagem em lenta progressão deu conta do tempo entre as partes - no caso, a chegada da lua a partir do centro do telão. Comoção generalizada com o início do "Dark Side", "Speak to Me" e "Breathe". Luzes amarelas tomavam a cena. Depois fomos compreendendo a organização das imagens no telão, regida por cores: "On The Run" (com pessoas pulando apropriadamente na platéia, ao som de um dos primeiros "trances" da história) alaranjada, "Time" predominantemente azul (mostrando imagens de um garoto fumando seu baseado), "Great Gig" púrpura (Katie Kissoon cantando seu útero pra fora enquanto pela primeira vez no telão a Lua cedia lugar à mãe Gaia, caprichosa e tempestuosa), "Money" verde etc.
"Us and Them" trouxe a certeza de que nenhuma daquelas várias imagens vinha à toa: na parte da letra que diz "with, without / and who'll deny / that's what the fightings are all about" uma bomba de petróleo trabalhava contra o sol desértico. Tivemos em seguida a apoteose do esquema de cores, apropriadamente, com "Any Colour You Like", o que demonstrou o quanto estamos com o padrão Globo - Hans Donner de design na cabeça: é só vermos esferas transparentes e arco-íris em cascata e logo se pensa em "Globelezas" e vinhetas congêneres... triste.
Ficou a impressão, após o término da suíte, que a apresentação do álbum ficou menos "animada" do que a primeira parte - talvez por se concentrar mais na música que em pirotecnias, talvez por ter sido realmente um problema a questão do som na primeira parada do show e então tiveram que reduzir o volume geral - o fato é que, ao contrário do show do "The Wall" original, onde a primeira parte apresentava o grupo diretamente em contato com o público e a segunda, já sob a muralha, mantinha-se mais com projeções dos desenhos de Gerald Scarfe e figuras infláveis, nesse concerto Waters direcionou o interesse para o som de forma mais manifesta no segundo momento, para o trunfo de sua apresentação, o próprio "Dark Side of the Moon".
Outra certeza: nenhum conjunto obteve tanto sucesso em incorporar sons do dia-a-dia em suas músicas como o Pink Floyd. Essa revolução traz marcas até hoje, propiciando que, por exemplo, a passagem de um avião sobre o Sambódromo, ou a vida da cidade expressa logo ao lado pela passagem contínua de carros sobre o viaduto que leva ao túnel Santa Bárbara, seja vista como uma continuação do movimento das pessoas que falam entre as músicas e por vezes no meio delas, ou das imagens urbanas de cidadãos andando cada um para o lado, perseguindo suas vidas pelo écran do fundo do palco. Tudo se interconecta absurdamente bem.
Complementando então o show, voltamos para o outro lado da muralha no bis: "Vera", "Bring the Boys Back Home" em versão algo estendida e com referências específicas à Palestina e a Israel, "The Happiest Days" emendando com "Another Brick In The Wall pt.2", que apresentou aos fãs de Floyd o Coro Infantil da UFRJ (não se soube das vozes o que realmente foram os garotos cantando e o que era playback, mas vá lá) e a obrigatória “Comfortably Numb”.
Algo do Pink Floyd, além da presença de Waters e dos fãs, estava com certeza ontem na Apoteose: a genialidade de fundir vida e música em proporções sublimes dentro de um trabalho que ganha outras dimensões quando apresentado para uma multidão. Não excluindo aí o esquema do show-business, mas misturando-se a ele em uma parceria e embate onde há ganhos, além das óbvias perdas. Como Waters diria, "It all makes perfect sense".
segunda-feira, 23 de abril de 2007
A banda americana The Killers ganhou o prêmio de melhor grupo internacional
Brandon Flowers (esq.) e Mark Stoermer, do Killers, em performance no Brit Awards (foto: Reuters)
A banda americana The Killers ganhou o prêmio de melhor grupo internacional e o de melhor álbum internacional por seu trabalho "Sam's Town", vencendo nas duas categorias seus compatriotas Scissor Sister e Gnarls Barkley.
Já o Take That ganhou o prêmio de melhor single por "Patience", título do último álbum com o qual voltaram à cena pop.
Já a canadense Nelly Furtado foi escolhida a melhor artista solo feminina internacional, enquanto o americano Justin Timberlake ficou com o prêmio de melhor artista solo masculino, em detrimento do grande favorito, o veterano Bob Dylan.
Já o grupo escocês The Fratellis foi a surpresa da noite ao vencer Morrison, Corinne Bailey Rae, The Kooks e Lily Allen na categoria de revelação britânica do ano, enquanto o prêmio de melhor revelação internacional foi para os californianos do Orson.
Apresentada pelo ator Russell Brand, a festa do Brit Awards aconteceu no centro de exposições Earls Court de Londres e foi aberta pelos nova-iorquinos The Scissor Sisters, que interpretaram o sucesso "I Don't Feel Like Dancing".
Também tocaram na cerimônia The Killers, Corinne Bailey Rae, Red Hot Chili Peppers, Take That e Oasis.
Justamente a banda dos irmãos Gallagher, um dos grupos britânicos de maior sucesso de todos os tempos, recebeu um prêmio de honra por sua "grande contribuição à música" em seus 12 anos de carreira.
Por outro lado, a jovem Lily Allen, que aparecia como favorita com quatro indicações, foi embora de mãos vazias.
Arctic Monkeys são os grandes vencedores do Brit Awards
O Arctic Monkeys aceita prêmio como personagens de "O mágico de Oz" (foto: Reuters)
Grupo novato fatura prêmio principal do "Grammy britânico".
Integrantes se vestem de Village People e personagens de "O mágico de Oz".
A banda de rock Arctic Monkeys foi a grande vencedora na noite de hoje do Brit Awards a vencer nas duas categorias em que competia, de melhor grupo e de melhor álbum britânico.
A banda de Sheffield (norte da Inglaterra), que deixou para trás na disputa Kasabian, Muse, Razorlight e Snow Patrol, agradeceu os prêmios através de um vídeo no qual seus membros apareciam disfarçados de personagens de "O Mágico de Oz" e também vestidos como os integrantes do grupo Village People.
O grupo, liderado por Alex Turner, começou a se promover através de internet, antes de ter assinado com uma gravadora para produzir seu único álbum "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not".
"Nós estamos extremamente felizes", disse Turner. "Nossa estréia foi bastante reconhecida, mas sem dúvida este é um prêmio muito especial e muito apreciado por todos nós."
O cantor James Morrison, de 23 anos e uma das últimas revelações musicais do Reino Unido, foi eleito o melhor artista masculino britânico, enquanto a cantora de soul Amy Winehouse venceu entre as mulheres.
SHAKIRA E WYCLEF JEAN VÃO SE APRESENTAR NA CERIMÔNIA DO GRAMMY
NOVA YORK (Billboard) - Shakira e Wyclef Jean vão apresentar-se juntos na cerimônia dos Grammy Awards, no domingo, na qual Chris Brown, Lionel Richie e Smokey Robinson vão cantar durante um segmento de homenagens a cantores de rhythm'n'blues.
Além disso, o trio Rascal Flatts vai se unir à cantora Carrie Underwood, famosa por sua participação no programa "American Idol", para fazer uma homenagem ao rock de influência country.
A festa do Grammy também terá participações de Beyoncé, Dixie Chicks, Gnarls Barkley, Red Hot Chili Peppers, Christina Aguilera, Mary J. Blige, Ludacris, Justin Timberlake, Carrie Underwood e o trio formado por John Mayer, John Legend e Corinne Bailey Rae.
O trio Police, novamente reunido, vai abrir a cerimônia, que será transmitida pela CBS, cantando "Roxanne", segundo fontes.
Entre os novos apresentadores anunciados estão Natasha Bedingfield, Tony Bennett, o comediante Lewis Black, o ator Nicolas Cage, o lendário jazzista Ornette Coleman, LeAnn Rimes, Seal, o ator David Spade e Nicole Scherzinger, das Pussycat Dolls.
Mary J. Blige lidera os indicados ao Grammy, com oito indicações. O Red Hot Chili Peppers recebeu seis indicações, e James Blunt, Dixie Chicks, Danger Mouse e Prince estão entre os oito grupos e artistas a terem recebido cinco indicações cada.
Além disso, o trio Rascal Flatts vai se unir à cantora Carrie Underwood, famosa por sua participação no programa "American Idol", para fazer uma homenagem ao rock de influência country.
A festa do Grammy também terá participações de Beyoncé, Dixie Chicks, Gnarls Barkley, Red Hot Chili Peppers, Christina Aguilera, Mary J. Blige, Ludacris, Justin Timberlake, Carrie Underwood e o trio formado por John Mayer, John Legend e Corinne Bailey Rae.
O trio Police, novamente reunido, vai abrir a cerimônia, que será transmitida pela CBS, cantando "Roxanne", segundo fontes.
Entre os novos apresentadores anunciados estão Natasha Bedingfield, Tony Bennett, o comediante Lewis Black, o ator Nicolas Cage, o lendário jazzista Ornette Coleman, LeAnn Rimes, Seal, o ator David Spade e Nicole Scherzinger, das Pussycat Dolls.
Mary J. Blige lidera os indicados ao Grammy, com oito indicações. O Red Hot Chili Peppers recebeu seis indicações, e James Blunt, Dixie Chicks, Danger Mouse e Prince estão entre os oito grupos e artistas a terem recebido cinco indicações cada.
BEYONCE ATUA COM JAMIE FOXX E EDDIE MURPHY EM "DREAMGIRLS"
A cantora Beyonce Knowles está prestes a estrear ao lado de Jamie Foxx e Eddie Murphy no filme "Dreamgirls" - adaptação de um musical da Broadway com estréia prevista para 25 de dezembro nos EUA.
A artista diz que adorou a "vibe" do set de filmagem. "Normalmente, quando você trabalha com vencedores do Oscar, às vezes eles não são muito atenciosos. Mas pude observá-los e aprender", disse a artista.
Foxx ganhou o Oscar de melhor ator pela atuação em "Ray". O diretor do longa, Bill Condon, levou a estatueta pela adaptação de "Gods and Monsters". "Todos estavam muito felizes em se envolver no filme", declarou a cantora, que fez papéis em "A Patera cor-de-rosa" e "Austin Powers".
"É muito empolgante fazer algo novo, sair da zona de conforto. Espero que me chamem para outros papéis, e papéis mais profundos. Esse vai me preparar para o futuro."
Em "Dreamgirls", Foxx é um vendedor de carros que se torna empresario na cena musical de Detroit, levando black music à cultura branca mainstream. Já Eddie Murphy é um cantor de R&B. Beyonce, ao lado de Jennifer Hudson and Anika Noni Rose, forma as Dreamettes, que cantam e dançam na telona.
Rainhas do pop derrotam Arctic Monkeys nas paradas britânicas
Shakira (centro) emplacou dueto com Beyonce.
(Foto: Reuters)
Beyonce e Shakira despontam na parada de singles com o dueto "Beautiful liar".
Roqueiros de Sheffield ficaram em segundo lugar.
As rainhas do pop Beyonce e Shakira derrotaram a concorrência da banda Arctic Monkeys e coroaram a parada britânica de singles com seu dueto "Beautiful liar", anunciou no domingo (22) a Official UK Charts Company.
Os roqueiros da banda independente de Sheffield foram obrigados a contentar-se com o segundo lugar obtido por seu single "Brianstorm", que saiu de seu antecipado segundo álbum, "Favourite worst nightmare", lançado nesta segunda-feira (23).
O primeiro álbum dos Arctic Monkeys, "Whatever people say I am, that's what I'm not", vendeu 1,2 milhão de cópias na Grã-Bretanha, das quais 364 mil na primeira semana.
O single que foi número 1 na semana passada, "Give it to me", do produtor de hip hop Timbaland, com Justin Timberlake e Nelly Furtado, caiu para a terceira posição.
Outros singles que estão em ascensão entre os Top 10 são "Because of you", do artista de R&B Ne-Yo (6ª posição), e "I wanna have your babies", da cantora pop londrina Natasha Bedingfield (7ª).
Na parada de álbuns, a roqueira canadense Avril Lavigne saiu à frente com seu lançamento "The best damn thing."
Lavigne, que teria recentemente pago US$ 9,5 milhões por uma casa com oito quartos em Los Angeles, também está bem posicionada na parada de singles, na qual ocupa o quarto lugar com a faixa "Girlfriend", de seu novo álbum.
"Version", o novo disco do produtor nova-iorquino Mark Ronson (Lily Allen e Amy Winehouse), foi o segundo colocado na parada. O número 1 da semana passada, "Because of the times," da banda de rock do Tennessee Kings of Leon, desceu para o terceiro lugar.
Outro recém-chegado na parada de álbuns foi "Year zero" (6ª posição), da banda de rock alternativo Nine Inch Nails.
Stooges de Iggy Pop lança na internet 1ª música inédita do disco de retorno
Grupo original de Iggy Pop e fundamental para o punk lança disco em março.
"The weirdness" é o primeiro registro de estúdio em mais de 30 anos.
O lendário grupo Stooges, um dos nomes fundamentais para lançar as bases do punk rock, liberou em sua página no MySpace a primeira música de "The weirdness", seu novo disco de estúdio, o primeiro em mais de 30 anos.
"My idea of fun" já está bem cotada nos blogs pela internet e aparece entre as 12 faixas que compõem "The weirdness". O álbum do grupo liderado por Iggy Pop foi gravado por Steve Albini (Nirvana, Pixies, Breeders) e tem lançamento previsto para o próximo mês de março.
O Stooges traz, além de Iggy Pop, Ron Asheton na guitarra, Scott Asheton na bateria, Steve mcKay no saxofone, todos da formação original, além do baixista Mike Watt, que substitui Dave Alexander, morto em 1975.
A banda estreou em 1969 com seu álbum de estréia auto-intitulado, depois lançou "Fun house" (1970) e "Raw power" (1973). Apesar de não ter atingido sucesso comercial durante seus primeiros tempos, o Stooges, da cidade de Detroit, ganhou atenção com as performances incendiárias de Iggy Pop e por faixas como "I wanna be your dog" e "TV eye" que influenciaram gerações posteriores de artistas do punk rock.
Saiba mais
“The Weirdness” não é “Fun house”, mas ainda é Stooges
Banda que fundou algumas das bases do punk lança novo disco.
É o primeiro registro em mais de 30 anos do grupo de Iggy Pop.
A idéia de ouvir o primeiro disco dos Stooges depois de mais de 30 anos pode causar sintomas de pânico. Primeiro porque a banda fez muito mais estrago com seus três únicos discos – “The Stooges” (1969), “Fun house” (1970) e “Raw power” (1973) – do que muito roqueiro metido a estreloso por aí. E segundo porque os “revivals” nem sempre rendem mais do que alguns trocados no bolso de músicos nada preocupados em envelhecer com dignidade.
E se aquele cara que gritava “I wanna be your dog” até perder o fôlego tiver se tornado um babaca? E se aquela energia do homem-iguana que esfregava carne de hambúrguer no peito e rastejava sobre cacos de vidro no palco – e depois mergulhava sobre o público – tiver ficado no passado? Basta apertar o play em “The Weirdness”, produzido no estúdio de Steve Albini, em Chicago, para que as nuvens de dúvida aos poucos comecem a se dissipar.
A letra safada de “Trollin’” abre o disco com ares de um cubículo qualquer na escura Detroit onde punks chapados procuram mais um pico. As faixas seguintes conduzem o ouvinte pelo mesmo cenário decadente, até que chega a namorada de um deles para roubar as moedas que sobraram em “She took my money”.
Poderia ser Nancy Spungen (a namorada de Sid Vicious, encontrada morta no banheiro) ou qualquer outra figura de “Mate-me por favor” – literatura considerada essencial, aliás, para entender o punk e suas influências na música dali para a frente, como o Nirvana, só para ficar no principal.
Prestes a completar 60 anos, Iggy Pop não está de brincadeira. Pode até soar cansado vez ou outra – e com todo o direito –, mas mostra uma faceta cuja voz ainda é límpida e muito flexível, vide a apresentação da banda no festival Claro que é Rock, em 2005. E, se o grupo não traz inovações, envelhece (no melhor estilo Os Patetas) com energia e humor.
“My Idea of fun” bate no ouvido com a urgência de um adolescente. “My idea of fun is killing everyone”, provoca a letra (minha idéia de diversão está matando todo mundo).
Se o homem de frente dos Stooges exibe boa forma, o restante não fica atrás. Rápido no gatilho, Pop dispara a insanidade de “Mexican guy” de maneira quase ininteligível, duelando com os irmãos Scott (bateria) e Ron Asheton (guitarra).
“Passing cloud”, talvez a faixa que mais se diferencie das outras, por ser mais lenta e até arrastada, evidencia o saxofone de Steve MacKay, enquanto o baixo de Mike Watt faz a cama para que todos possam dar seus stage dives. E, quando todos estão mortos, Iggy Pop joga a pá de cal com a derradeira “I’m fried”. Patetas, sim. E com orgulho.
Ouça estas:
"My idea of fun"
"Passing cloud"
Ícone do punk, Iggy Pop completa 60 anos mergulhando na platéia
Cantor fez aniversário no último sábado (21).
Pop está de volta aos palcos com os Stooges, banda que o acompanhou nos anos 60/70.
Iggy Pop comemorou seu 60º aniversário, no último sábado (21), exatamente como faria qualquer outro cidadão respeitável da terceira idade.
O padrinho do punk, estranhamente atlético, tirou a camisa, ficou apenas com seu jeans apertado e mergulhou do palco para os braços de seus fãs durante um show em San Francisco com sua banda reunida, os Stooges.
Perto do final do show, que durou 80 minutos, a multidão presente no teatro Warfield acompanhou seus colegas de banda quando eles tocaram "Parabéns a você", e Iggy Pop ficou surpreso quando bexigas impressas com seu rosto caíram do teto.
Um fã lhe entregou uma camiseta branca com a inscrição "Birthday Boy Iggy", que o cantor mostrou orgulhosamente a seus colegas de banda, que não se impressionaram.
Iggy Pop, cujo nome real é Jim Osterberg, pareceu feliz com toda a atenção recebida, mas não fez muito caso da ocasião especial. Ele resmungou algumas palavras de agradecimento e então retomou sua rotina comum: cantar e dançar como louco, cuspir sobre a multidão e jogar seu microfone de um lado para o outro do palco.
Durante a canção "No fun", ele convidou os fãs a subir no palco e, generoso, dividiu seu microfone com eles, a quem apelidou de "Bay Area Dancers".
Iggy Pop já deixou de lado alguns hábitos de seu passado, como retalhar seu peito com uma faca de carne, rolar em cacos de vidro, passar manteiga de amendoim no corpo ou seguir um padrão de consumo de drogas que faz Keith Richards parecer um coroinha.
Mas, em relação a outros pontos, o garoto criado num trailer no Michigan ainda supera roqueiros que têm um terço de sua idade.
Pop está de volta aos palcos com os Stooges, a banda com a qual ficou famoso no final dos anos 1960. O rock de garagem deles, uma destilação dissonante do blues de Chicago e do rock da "invasão britânica", ajudou a abrir caminho para bandas de punk rock como Ramones e Sex Pistols.
Os Stooges se autodestruíram em 1974, depois de lançar três álbuns cuja influência não se refletiu em suas vendas fracas. Iggy Pop acabou sem um centavo no bolso nas calçadas da Sunset Strip e se internou num hospital psiquiátrico.
Em 1977, ele voltou à cena com a ajuda de David Bowie, com quem co-escreveu canções como "Lust for life" e "China girl".
Em 2003, Iggy se reuniu com o guitarrista do Stooges Ron Asheton e o irmão deste, o baterista Scott Asheton. Com o veterano do punk californiano Mike Watt no lugar do falecido baixista Dave Alexander, no ano passado a banda lançou seu primeiro álbum novo em 33 anos, "The weirdness".
A turnê norte-americana da banda vai terminar em 4 de maio no Beale Street Music Festival em Memphis, e depois disso eles farão uma passagem rápida pelos festivais de verão europeus.
Da Reuters
Interferência atrasa pousos em Guarulhos por 50 minutos
Rádio pirata teria provocado ruído na comunicação entre pilotos e torre.
Problema foi detectado pela Aeronáutica entre 19h50 e 20h40. Pane foi negada.
Uma rádio pirata pode ter sido a causa dos atrasos registrados na noite desta segunda-feira (23) no Aeroporto Internacional de Guarulhos (Cumbica), na Grande São Paulo. De acordo com a Aeronáutica, teria havido interferência na comunicação entre pilotos e a torre de controle das 19h50 às 20h40.
Apesar disso, a Aeronáutica negou qualquer pane nos aeroportos de São Paulo ou princípio de greve de controladores de vôo. “Não houve pane e a situação já é normal. O problema foi uma interferência por causa de rádio pirata”, disse um tenente que não quis se identificar.
Por questão de segurança, o intervalo entre os pousos foi aumentado. No entanto, o militar não soube informar de quanto foi o espaçamento e quantos vôos teriam sido prejudicados.
Às 22h, o painel da Infraero informava que o terminal de Guarulhos tinha seis partidas e quatro chegadas com atraso. Nenhum vôo fora do horário era registrado no painel do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. As assessorias de imprensa dos dois aeroportos foram procuradas, mas ninguém respondeu aos telefonemas.
A falha na comunicação devido ao funcionamento de rádios piratas não parece ser um fato raro no estado, de acordo com o tenente da Aeronáutica. “Em São Paulo, esse tipo de interferência é comum. Ela acontece quando as aeronaves estão chegando.” Segundo ele, o problema afetaria tanto os vôos que vão para Congonhas quanto para Guarulhos.
Problema foi detectado pela Aeronáutica entre 19h50 e 20h40. Pane foi negada.
Uma rádio pirata pode ter sido a causa dos atrasos registrados na noite desta segunda-feira (23) no Aeroporto Internacional de Guarulhos (Cumbica), na Grande São Paulo. De acordo com a Aeronáutica, teria havido interferência na comunicação entre pilotos e a torre de controle das 19h50 às 20h40.
Apesar disso, a Aeronáutica negou qualquer pane nos aeroportos de São Paulo ou princípio de greve de controladores de vôo. “Não houve pane e a situação já é normal. O problema foi uma interferência por causa de rádio pirata”, disse um tenente que não quis se identificar.
Por questão de segurança, o intervalo entre os pousos foi aumentado. No entanto, o militar não soube informar de quanto foi o espaçamento e quantos vôos teriam sido prejudicados.
Às 22h, o painel da Infraero informava que o terminal de Guarulhos tinha seis partidas e quatro chegadas com atraso. Nenhum vôo fora do horário era registrado no painel do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. As assessorias de imprensa dos dois aeroportos foram procuradas, mas ninguém respondeu aos telefonemas.
A falha na comunicação devido ao funcionamento de rádios piratas não parece ser um fato raro no estado, de acordo com o tenente da Aeronáutica. “Em São Paulo, esse tipo de interferência é comum. Ela acontece quando as aeronaves estão chegando.” Segundo ele, o problema afetaria tanto os vôos que vão para Congonhas quanto para Guarulhos.
"Se você cobrar uma taxa de US$ 50 por ano, ou seja, US$ 4 por mês ou US$ 1 por semana, e calcular uma parte das pessoas no planeta que ouvem música,
Evento no Recife reuniu governo e empresários do setor.
Proposta é aproximar a cultura e a indústria do entretenimento.
Apesar de concebido em cima da hora, o evento Feira Música Brasil, que juntou balcão de negócios para gente do setor com debates-cabeça sobre o presente e o futuro dos sons no contexto do mercado, além de shows que chegaram a receber 40 mil pessoas no centro do Recife, conseguiu um saldo positivo ao seu final.
A feira, realizada entre quarta-feira (7) e o último domingo, começou a ser engendrada pelo Ministério da Cultura e pela Associação Brasileira de Música Independente (ABMI) havia apenas quatro meses, com intuito de dar impulso à parte comercial e ao financiamento do setor musical.
Os objetivos não eram tão modestos, já que o evento foi o primeiro pontapé para o projeto do ministro Gilberto Gil de colocar em relevância a economia da cultura. Não à toa que Gil lançou durante a feira um programa - o Prodec - objetivando mapear as necessidades dos vários setores culturais para transformá-los em negócios auto-sustentáveis.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também foi atraído para a feira, investindo R$ 1,3 milhão nela, e anunciou linhas de financiamento para produtores musicais com o lançamento de um cartão.
Apesar da pressa com que o evento foi organizado e, conseqüentemente, alguns fios soltos, havia a impressão de "boa vontade" por parte dos promotores da idéia, como frisaram participantes.
Assim como boa parte das feiras de negócios, o objetivo mais alcançado normalmente é a realização de contatos, e em relação a essa parte os que estiveram na feira se disseram satisfeitos. De acordo com a organização a expectativa é que se tornem realidade R$ 8 milhões em negócios a partir do que aconteceu na feira.
No quesito diversão, os shows relacionados ao evento e ao centenário do frevo atraíram dezenas de milhares de pessoas em cinco dias na capital pernambucana, que mantém sua efervescência cultural, aumentada com a proximidade do carnaval. A programação extremamente diversa nas suas atrações não deixou de atrair um público interessado.
Aproximação
Mas outro ponto que ainda precisará ser resolvido é a distância existente entre o evento e as grandes gravadoras. Carlos de Andrade, presidente da ABMI, diz que "não existe cabo de força entre grandes e pequenos". Ele afirma que as majors foram convidadas, "mas não cortejadas", e o grupo das grandes diz que ficou sabendo pelos jornais da existência da feira.
"Elas já estão convidadas para o evento de 2008", confirmado novamente para o Recife, segundo Carlos de Andrade, porém, só o restante do ano vai mostrar se o evento promovido pelo governo federal ao lado dos independentes teve ressonância suficiente para atrair os peixes graúdos do negócio.
O enfoque no profissionalismo do meio musical mostrado pelos promotores da feira em palavras como "otimização" e "racionalização", ditas por Gil, ou frases como "não vemos a linha divisória entre cultura e entretenimento", pelo presidente da ABMI, deverá levantar as sombrancelhas de alguns, mas já sinaliza um esforço de movimentar o setor, oficialmente "em crise" em razão da pirataria.
Proposta é aproximar a cultura e a indústria do entretenimento.
Apesar de concebido em cima da hora, o evento Feira Música Brasil, que juntou balcão de negócios para gente do setor com debates-cabeça sobre o presente e o futuro dos sons no contexto do mercado, além de shows que chegaram a receber 40 mil pessoas no centro do Recife, conseguiu um saldo positivo ao seu final.
A feira, realizada entre quarta-feira (7) e o último domingo, começou a ser engendrada pelo Ministério da Cultura e pela Associação Brasileira de Música Independente (ABMI) havia apenas quatro meses, com intuito de dar impulso à parte comercial e ao financiamento do setor musical.
Os objetivos não eram tão modestos, já que o evento foi o primeiro pontapé para o projeto do ministro Gilberto Gil de colocar em relevância a economia da cultura. Não à toa que Gil lançou durante a feira um programa - o Prodec - objetivando mapear as necessidades dos vários setores culturais para transformá-los em negócios auto-sustentáveis.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também foi atraído para a feira, investindo R$ 1,3 milhão nela, e anunciou linhas de financiamento para produtores musicais com o lançamento de um cartão.
Apesar da pressa com que o evento foi organizado e, conseqüentemente, alguns fios soltos, havia a impressão de "boa vontade" por parte dos promotores da idéia, como frisaram participantes.
Assim como boa parte das feiras de negócios, o objetivo mais alcançado normalmente é a realização de contatos, e em relação a essa parte os que estiveram na feira se disseram satisfeitos. De acordo com a organização a expectativa é que se tornem realidade R$ 8 milhões em negócios a partir do que aconteceu na feira.
No quesito diversão, os shows relacionados ao evento e ao centenário do frevo atraíram dezenas de milhares de pessoas em cinco dias na capital pernambucana, que mantém sua efervescência cultural, aumentada com a proximidade do carnaval. A programação extremamente diversa nas suas atrações não deixou de atrair um público interessado.
Aproximação
Mas outro ponto que ainda precisará ser resolvido é a distância existente entre o evento e as grandes gravadoras. Carlos de Andrade, presidente da ABMI, diz que "não existe cabo de força entre grandes e pequenos". Ele afirma que as majors foram convidadas, "mas não cortejadas", e o grupo das grandes diz que ficou sabendo pelos jornais da existência da feira.
"Elas já estão convidadas para o evento de 2008", confirmado novamente para o Recife, segundo Carlos de Andrade, porém, só o restante do ano vai mostrar se o evento promovido pelo governo federal ao lado dos independentes teve ressonância suficiente para atrair os peixes graúdos do negócio.
O enfoque no profissionalismo do meio musical mostrado pelos promotores da feira em palavras como "otimização" e "racionalização", ditas por Gil, ou frases como "não vemos a linha divisória entre cultura e entretenimento", pelo presidente da ABMI, deverá levantar as sombrancelhas de alguns, mas já sinaliza um esforço de movimentar o setor, oficialmente "em crise" em razão da pirataria.
Ex-empresário do Pink Floyd defende "taxa única" do download de música
Peter Jenner discutiu a chamada "blanket license" e relembrou tempos com Syd Barrett.
Ele está no Recife para participar do evento Feira Música Brasil.
Peter Jenner, o empresário que acompanhou Syd Barrett e os primeiros passos do Pink Floyd, que trabalhou mais tarde com o Clash e também foi responsável por um dos principais shows da carreira dos Rolling Stones, não vive de nostalgia ou suspira pelo passado. Para ele, a época de ouro da música é exatamente agora, com todas as possibilidades oferecidas pela tecnologia digital e a maior facilidade de descobrir novos sons.
Jenner veio ao Recife para o evento Feira Música Brasil, onde ministrou palestras sobre distribuição digital da música. Ele é um dos grandes defensores da chamada "blanket license", em uma tradução livre, "licença de cobertura". Basicamente, de acordo com a proposta, todos os internautas pagariam uma pequena taxa periódica e poderiam trocar arquivos livremente pela internet, sem preocupações com processos judiciais pelas gravadoras, como ocorre hoje.
"A minha visão pessoal sobre direitos autorais é que o acesso à música poderia funcionar como uma assinatura de serviço de banda larga na internet, em que se paga uma taxa mensal. Essa, para mim, é uma forma de compensar o artista pelo que ele faz", disse o empresário, hoje secretário-geral do Fórum Internacional dos Empresários de Música.
"Se você cobrar uma taxa de US$ 50 por ano, ou seja, US$ 4 por mês ou US$ 1 por semana, e calcular uma parte das pessoas no planeta que ouvem música, isso é mais do que suficiente para pagar todos os elos da cadeia produtiva. E, além disso, nesse meio tempo, haverá novas formas de relação entre artista-fã e conseqüentemente novas transações comerciais."
O empresário declara que as gravadoras ainda não conseguiram resolver as questões sobre novas tecnologias e música. "Elas conseguiram chegar a esse patamar em que ir a uma loja e comprar o principal produto delas, o disco, é algo considerado ultrapassado. É como se a Coca-Cola, como empresa, gastasse bilhões para que beber Coca fosse algo 'uncool'."
O começo do Pink Floyd
Peter Jenner também relembrou seus tempos como manager do Pink Floyd e de Syd Barrett, que morreu em julho do ano passado. Barrett, o primeiro compositor do grupo, viveu décadas isolado do mundo no interior da Inglaterra após ver sua saúde mental se deteriorar no auge criativo.
"Todas as músicas que Syd Barrett escreveu no Floyd e na carreira solo aconteceram em um período de dois anos. E de repente tudo se acabou. Eu gostaria de pensar que ele simplesmente chegou a um ponto em que ele considerou que tinha dito tudo que tinha que dizer. Eu não acho que ele estava particularmente infeliz, mas acho que ele fez uma escolha [ao se recolher]".
O empresário também lamentou as relações estremecidas entre as duas figuras mais importantes do Pink Floyd, Roger Waters e David Gilmour. "Você tinha uma combinação muito boa. Roger é muito organizado, com grande empenho, se transformou em um grande compositor, ele sempre foi bom com as letras. David tem um imenso conhecimento musical, é um instrumentista muito talentoso. Foi a combinação entre os dois que ajudou o Pink Floyd a ser o que é. É uma pena que os dois acabaram brigando um com o outro."
Música digital decreta o fim da alta-fidelidade
Tocadores modernos substituem os grandes aparelhos de som domésticos.
Para especialista, no entanto, se vitrolas são Ferraris, "o iPod é uma mobilete".
Michael Silver, dono de uma refinada loja de música, vende agulha de vitrola por US$ 5 mil (Foto: AP)
Fãs de música ainda se lembram de uma imagem familiar de propaganda do passado: um homem reclinado numa cadeira, com a cabeça para trás, relaxando ao som de sua vitrola.
Mas os aparelhos de alta-fidelidade agora são relíquias.
Com capacidade de guardar grandes seleções de música no seu bolso, os modernos players tomaram o lugar dos grandes aparelhos de som domésticos como o equipamento musical preferido. Mas a qualidade de som dos arquivos digitais de áudio é perceptivelmente inferior à dos CDs e até mesmo do vinil.
Será que o som de alta-fidelidade está com os dias contados? Julgando pelos dois bilhões de músicas baixadas do serviço iTunes da Apple Inc., pela onipresença dos fones de ouvido brancos de iPod, e pelas centenas de milhares de pessoas trocando arquivos de música de graça, a resposta é sim.
"Sob muitos aspectos, uma qualidade de som boa o suficiente já satisfaz", diz Paul Connolly, especialista em instalação de arte e um velho fã de sistemas de reprodução de áudio, de Sugar Land, no Texas, que agora está no processo de digitalizar seus 2.400 CDs no formato de menor perda de áudio digital da Apple.
"O calor e a simpática distorção que os discos de vinil tinham eram até bonitos", diz ele. "Mas se eu tenho saudades do tempo dos vinis? Não. Se sinto falta dos tempos dos CDs agora que nós nos tornamos digitais? Não. É um novo meio".
Justin Schoenmoser, de San Francisco, também trocou seu sistema de som por um iPod. Atualmente ele trabalha fora do país e carrega seu iPod para onde vai, a conveniência de carregar milhares de músicas em um aparelho melhor do que um maço de cigarros compensa o sacrifício da qualidade.
"A última vez que eu tive um sistema completo de som foi na década de 90, e foi um presente dos meus pais", disse Schoenmoser. "Agora que consegui converter a maioria das minhas coisas para o formato digital, finalmente consegui me livrar do meu aparelho de som antigo".
iPod = mobilete
Uma música copiada de um CD a 128 kilobits por segundo – a configuração padrão para a maioria dos programas – guarda apenas uma fração da informação de áudio contida no disco original. Quer você tenha baixado a música do itunes ou do LimeWire, a música continua a mesma. O pequeno arquivo de música digital é uma sombra altamente compactada da gravação original.
Independentemente de quão avançado é o seu sistema de som doméstico, se você tocar nele um MP3 de baixa qualidade ou um arquivo de iTunes, você terá uma reprodução de baixa qualidade da música original. É escutável, mas ainda carece a nitidez de um CD tocado no mesmo sistema.
Alguns especialistas dizem que a qualidade de som perdida no processo é indetectável pela maioria dos ouvidos não treinados. Mas Michael Silver pode ouvir a diferença.
Audio High, sua refinada loja de música em Mountain View, vende coisas como uma agulha de vitrola por US$ 5 mil e um cabo para som estéreo a US$ 2.700 o metro.
"Não se pode comparar", diz Silver sobre a qualidade do som oferecida pelos players portáteis de música de hoje e seus arquivos de som compactados. Se o seu equipamento especial é como uma Ferrari do som, e o equipamento comum de som estéreo é uma Honda, "um iPod é como uma mobilete", diz Silver.
Essa diferença na qualidade do som, perceptível ou não, não tem poupado os maiores e tradicionais vendedores de música e aparelhos de som.
O Tweeter Home Entertainment Group Inc., um revendedor de equipamentos áudio de média e alta qualidades, sediado em Canton, Massachussets, está fechando 49 de suas 153 lojas no país. A queda nas vendas na Tower Records, de Sacramento, na Califórnia, fez com que a antiga líder do setor declarasse falência em agosto do ano passado.
A Circuit City, segunda maior revendedora de eletrônicos do país, está despedindo 3.400 de seus mais experientes vendedores.
Dados atuais de um relatório recente da Nielsen SoundScan mostram que as vendas de CDs já gravados caíram 20% nos Estados Unidos desde o ano passado
"Todo mundo tem uma determinada quantidade de dinheiro para gastar. Não é que as pessoas estejam escolhendo não gastá-lo no antigo sistema de áudio. É que algo novo surgiu simultaneamente", afirma James McQuivey, o principal analista de tecnologia de mídia no instituto Forrester Research Inc.
"O MP3 player integra a coleção de músicas com a execução das mesmas", diz ele. "Agora tudo isso é escondido, invisível, em um disco rígido em algum lugar".
Amplificadores e caixas
Com os usuários conectados em rede em suas casas prontos para preencher o vazio deixado pela morte dos aparelhos de som, McQuivey vê um fluxo crescente de novos aparelhos no horizonte que irão apagar quaisquer empecilhos para a migração completa para o MP3.
A companhia Sonos, Inc., com sede em Santa Bárbara, por exemplo, vende um sistema que permite ao usuário tocar as músicas do PC para um amplificador e caixas acústicas ou home theater, algo híbrido entre a velha guarda e o novo.
"Um CD não tem mais qualquer importância para mim", diz John MacFarlane, fundador e diretor executivo da Sonos. "O iPod e esse tipo de player portátil aceleraram essa tendência ainda mais".
Mesmo quando os consumidores compram CDs hoje em dia, "a primeira coisa que fazem é abri-los e colocá-los em seus iPods", diz MacFarlane.
MacFarlane não está mesmo convencido de que algumas pessoas sejam capazes de ouvir a diferença entre a qualidade dos CDs e os silenciados arquivos de MP3, a que ele atribui "boa qualidade, não perfeita".
"Quando a Philips e a Sony fizeram os CDs eles não cortaram nenhuma aresta porque foram cuidadosos para preservar tudo o que estava lá, mesmo que você fosse incapaz de ouvir", disse MacFarlane. "Esses arquivos de 128 são bons pra caramba. Muitos professores doutores trabalharam para fazer os arquivos de 128 kbps funcionar bem e soar bem".
Schoenmoser, o viajante californiano, concorda. "Eu honestamente não sou capaz de dizer a diferença entre o CD, as fitas e a música digital", diz ele. "Eu aceitaria até mesmo uma qualidade ainda mais baixa, desde que seja digital e portátil".
(Por Ron Harris, da Associated Press)
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