quarta-feira, 25 de abril de 2007

Espectro de Axl Rose paira sobre show do Velvet Revolver



Presença de ex-companheiros de Axl não gerou nostalgia em torno do Guns.
Expoente do grunge, Scott Weiland encarnou visual poser.

O ex-Guns N' Roses Slash, guitarrista do Velvet Revolver (Foto: Daigo Oliva/G1)

AC/DC, Ramones, Thin Lizzy, Lynyrd Skynyrd para todos os lados... mas o nome Guns N' Roses não era lá um artigo tão fácil de encontrar entre as camisetas do show do Velvet Revolver, a banda que abriu a apresentação do Aerosmith em São Paulo e que é justamente formada por três ex-companheiros de Axl Rose.


Veja as fotos do show do Velvet Revolver


Slash e Duff McKagan, dois membros plenos da formação clássica do grupo que mudou o hard rock nos anos 1990, além do ex-baterista Matt Sorum, não foram suficientes para que os antigos fãs escancarassem sua nostalgia pelos tempos de "Sweet child o' mine" e "Paradise city".

No entanto a banda conseguiu uma boa recepção do público de 62 mil pessoas que foi ao Estádio do Morumbi primordialmente para ver o Aerosmith. O Velvet Revolver se segurou em faixas de seu disco de estréia, "Contraband", e no desempenho de Scott Weiland à frente do grupo.
Espectro de Axl


O cantor nem de longe lembrava o sisudo e melancólico homem dos primeiros tempos de seu antigo grupo, o grunge Stone Temple Pilots (lembrado no show em "Sex type thing"). Vestido com figurino meio glam, meio poser, com um colete de couro e um lenço colorido amarrado na frente, Weiland dava rodopios e mostrava uma performance enérgica, bem adequada à noite de hard rock, e também com uma sobriedade difícil de acreditar vinda de um homem pego incontáveis vezes com drogas pesadas.

Pairava, sim, o espectro de Axl Rose, principalmente quando o Velvet Revolver recuperou faixas como "Mr. Brownstone". Weiland não tem tanto alcance vocal e os poucos fãs identificáveis do Guns N' Roses no local, embora um tanto quanto conformados, não aceitavam nem sequer comparação com os tempos clássicos da banda quando questionados.

Mas ele fazia um bom papel ao lado de Duff e Slash, que preservavam o jeitão cool dos outros tempos. Apesar de não ter entregado o seu solo mais conhecido, o de "Sweet child o' mine", o guitarrista deu o que era esperado dele, a cartola na cabeça e a pose desleixada, de tocar sem se mostrar preocupado.

"Set me free", "Don't do it for the kids" e a balada autobiográfica "Fall to pieces", sobre o inferno nas drogas de Weiland, funcionaram bem nesse contexto. A apresentação também matou a vontade de quem queria ver os antigos reis do hard rock e, principalmente, permitiu o que cabia à banda: preparar o terreno para a chegada do Aerosmith.

O vocalista Scott Weiland, num visual meio glam, meio poser (Foto)

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